A Q R T U I E R U T A
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sexta-feira, 4 de abril de 2014
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
PROTAGONISTAS.
alysson josé krause - arquitetura
andressa romi borges - arquitetura
carlos medrano - psicanálise
gabriela kuttert de souza – arquitetura furb
geane carla carvalho - design
gustavo ginjo - arquitetura
hugo nieto - arquitetura
jairo mrowskowski - arquitetura
jorge luiz de souza – engenheria civil
josé francisco s.da silveira – arquitetura furb
kakau santos – jornalismo
mateus “ teco” – arquitetura univali
nelson jose tomelim jr – arquitetura furb
pablo vailatti - arquitetura
renata nieto horstmann – nutrição univali
thiago borges mendes - arquitetura
yone yara pereira - arquitetura
visitantes:
heloisa figueiredo moura- arquitetura
hugo camilo lucini- arquitetura
domingo, 19 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O MANIFESTO DA TRANSDISCIPLINARIEDADE
Considerando que a proliferação atual das disciplinas acadêmicas e não acadêmicas leva a um crescimento exponencial do saber, o que torna impossível qualquer visão global do ser humano;Considerando que somente uma inteligência capaz de abarcar a dimensão planetária dos conflitos atuais poderá enfrentar a complexidade de nosso mundo e o desafio contemporâneo da autodestruição material e espiritual de nossa espécie;Considerando que a vida esta fortemente ameaçada por uma tecnociência triunfante, que obedece apenas à lógica assustadora da eficácia pela eficácia;Considerando que a ruptura contemporânea entre um saber cada vez mais acumulativo e um ser interior cada vez mais empobrecido leva a uma ascensão de um novo obscurantismo, cujas conseqüências no plano individual e social são incalculáveis;Considerando que o crescimento dos saberes, sem precedente na história, aumenta a desigualdade entre aqueles que os possuem e aqueles que deles são desprovidos, gerando assim desigualdades crescentes no seio dos povos e entre as nações de nosso planeta;Considerando ao mesmo tempo que todos os desafios enunciados tem sua contrapartida de esperança e que o crescimento extraordinário dos saberes pode levar, a longo prazo, a uma mutação comparável à passagem dos hominídeos à espécie humana;Considerando o que precede, os participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade (Convento de Arrábida, Portugal, 2-7 de novembro de 1994) adotaram a presente Carta, que contém um conjunto de princípios fundamentais da comunidade dos espíritos transdisciplinares, constituindo um contrato moral que todo signatário desta Carta faz consigo mesmo, sem qualquer pressão jurídica e institucional.
ARTIGO 1- Qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma definição e de dissolvê-lo em estruturas formais, quaisquer que sejam, é incompatível com a visão transdisciplinar.
ARTIGO 2- O reconhecimento da existência de diferentes níveis de Realidade, regidos por lógicas diferentes, é inerente à atitude transdisciplinar. Toda tentativa de reduzir a Realidade a um único nível, regido por uma única lógica, Não se situa no campo da transdisciplinaridade.
ARTIGO 3- A transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar; ela faz emergir do confronto das disciplinas novos dados que as articulam entre si; e ela nos oferece uma visão da Natureza e da Realidade. A transdiciplinaridade não busca o domínio de várias disciplinas, mas a abertura de todas àquilo que as atravessa e as ultrapassa.
ARTIGO 4- O ponto de sustentação da transdiciplinariedade reside na unificação semântica e operativa das acepções através e além das disciplinas. Ela pressupõe uma racionalidade aberta, mediante um novo olhar sobre a relatividade das noções de definição e de objetividade. O formalismo excessivo, a rigidez das definições e o exagero da objetividade, incluindo a exclusão do sujeito, levam ao empobrecimento.
ARTIGO 5- A visão trandisciplinar é resolutamente aberta na medida que ultrapassa o campo das ciências exatas devido ao seu diálogo e sua reconciliação, não apenas com as ciências humanas, mas também com a arte,a literatura, a poesia e a experiência interior.
ARTIGO 6- Com relação à interdisciplinaridade e à multidisciplinaridade, a transdisciplinaridade é multireferencial e multidimensional. Embora levando em conta os conceitos de tempo e de História, a transdisciplinaridade não exclui a existência de um horizonte trans-histórico.
ARTIGO 7- A transdiciplinariedade não constitui nem uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência das ciências.
ARTIGO 8- A dignidade do ser humano é também de ordem cósmica e planetária. O aparecimento do ser humano sobre a Terra é uma das etapas da história do Universo. O reconhecimento da Terra como pátria é um dos imperativos da transdisciplinaridade. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade, mas, a título de habitante da Terra, ele é ao mesmo tempo um ser transnacional. O reconhecimento pelo direito internacional da dupla cidadania - referente a uma nação e a Terra- constitui um dos direitos da pesquisa transdisciplinar.
ARTIGO 9- A transdisciplinaridade conduz a uma atitude aberta em relação aos mitos e religiões e aqueles que os respeitam num espírito transdisciplinar.
ARTIGO 10- Não existe um lugar cultural privilegiado de onde se possa julgar as outras culturas. A abordagem transdisciplinar é ela própria transcultural.
ARTIGO 11- Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da sensibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos.
ARTIGO 12- A elaboração de uma economia transdisciplinar está baseada no postulado de que a economia deve estar a serviço do ser humano e não o inverso.
ARTIGO 13- A ética transdisciplinar recusa toda atitude que se negue ao diálogo e à discussão, qualquer que seja sua origem - de ordem ideológica, cientificista, religiosa, econômica, política, filosófica. O saber compartilhado deveria levar a uma compreensão compartilhada, baseada no respeito absoluto das alteridades unidas pela vida comum numa única e mesma Terra.
ARTIGO 14- Rigor, abertura e tolerância são as características fundamentais da atitude e da visão transdisciplinares. O rigor na argumentação que leva em conta todos os dados é a melhor barreira em relação aos possíveis desvios. A abertura comporta a aceitação do desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o reconhecimento do direito às idéias e verdades contrárias às nossas.
Artigo Final- A presente Carta de Transdisciplinaridade foi adotada pelos participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade e não revindica nenhuma outra autoridade além de sua obra e sua atividade.
Segundo os procedimentos que serão definidos de acordo com as mentes transdisciplinares de todos os países, esta Carta esta aberta à asinatura de qualquer ser humano interessado em promover nacional, internacional e transnacionalmente as medidas progressivas para a aplicação destes artigos na vida cotidiana.
Convento de Arrábida, 6 de novembro de 1994
Comitê de Redação: Lima de Freitas, Edgar Morin e Basarab Nicolescu
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